Colágeno Oral para o Envelhecimento da Pele: Moda ou Futuro?
- Dra Flávia Catricala
- 29 de jul.
- 3 min de leitura
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O que causa o envelhecimento da pele — e onde entra o colágeno oral?
O envelhecimento cutâneo é um processo natural, multifatorial, e progressivo. Fatores genéticos, hormonais, exposição solar, poluição, estresse e alimentação impactam diretamente a perda de colágeno, elastina e ácido hialurônico, levando a uma pele mais fina, desidratada e flácida.
Nos últimos anos, os suplementos de colágeno oral hidrolisado ganharam espaço como promessas de rejuvenescimento. Eles contêm peptídeos bioativos de colágeno, ricos em aminoácidos como prolina, glicina e hidroxiprolina. A ideia é que esses fragmentos, ao serem absorvidos, estimulem a produção endógena de colágeno, aumentem o ácido hialurônico e incentivem a atividade dos fibroblastos — células responsáveis por manter a firmeza da pele.

O que dizem os estudos científicos?
Estudos com humanos mostraram alguns resultados positivos:
Asserin et al. (2015): melhora na hidratação e densidade do colágeno da pele.
Proksch et al. (2014): aumento da elasticidade cutânea em mulheres.
Kim et al. (2018): melhora na hidratação, elasticidade e algumas rugas.
Inoue et al. (2016): benefícios visíveis na face de mulheres chinesas.
Entretanto, outros estudos — como o de Genovese et al. (2017) — não encontraram diferenças significativas quando o suplemento foi isolado, exceto em pacientes que também realizaram procedimentos estéticos.
E os estudos com animais?
Modelos animais, como camundongos, mostraram melhora na estrutura dérmica, maior conteúdo de colágeno e aumento da hidratação após uso de colágeno oral. No entanto, os resultados não podem ser extrapolados diretamente para humanos, já que há diferenças importantes no metabolismo, digestão e absorção entre espécies.
Quais são as limitações desses estudos?
Apesar do otimismo, há importantes limitações:
Fórmulas de suplementos variam entre estudos.
Populações estudadas são restritas (muitas vezes apenas mulheres asiáticas).
Diferenças individuais como idade, genética e dieta não são controladas.
Falta comprovação de que o colágeno ingerido se incorpore especificamente na pele — ele pode ser distribuído para outras regiões do corpo.
Dieta rica em proteínas substitui o suplemento?
Em teoria, sim. Uma alimentação equilibrada, com proteínas de qualidade e rica em micronutrientes como vitamina C, zinco e silício, já fornece os blocos necessários para a síntese de colágeno. Não há comprovação de que tomar colágeno hidrolisado seja mais eficaz do que manter uma dieta proteica e saudável.
Afinal: colágeno oral funciona ou é só marketing?
Ainda estamos em uma zona cinzenta. Embora haja estudos mostrando melhoras discretas em alguns parâmetros da pele, os dados ainda são limitados e a maioria das evidências é de curto prazo. A suplementação de colágeno não substitui tratamentos médicos e procedimentos dermatológicos comprovados.
Minha opinião como dermatologista:

O colágeno oral pode ter algum papel coadjuvante, principalmente quando aliado a tratamentos eficazes como o laser Fotona, bioestimuladores, toxina botulínica, preenchedores e skincare individualizado. Mas é importante lembrar: suplemento não é milagre, e evidência científica ainda é moderada.
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Referência:
Jhawar N, Wang JV, Saedi N. Oral collagen supplementation for skin aging: A fad or the future? J Cosmet Dermatol. 2020 Apr;19(4):910-912. doi: 10.1111/jocd.13096. Epub 2019 Aug 14. PMID: 31411379.
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